Bolsinha ilustradora


Acho que eu desenho desde que me entendo por gente...
Quando eu ainda era bem pequena, minha mãe conta que me dava giz de cera e papel pra eu ficar quieta. Desenhar sempre foi uma brincadeira boa... Me deixa feliz, tranquila.
Ainda bem pequena, lembro do meu encantamento por lápis de cor. Aquela caixinha e todas as suas cores lindas! Meu primeiro objeto de desejo - que eu me lembro - foi uma caixinha de Caran d’Ache de 24 cores que minha mãe tinha em casa. Eu descobri onde ela guardava e pegava escondido às vezes pra fazer meus desenhos (hihihi). Algum tempo depois, quando eu tinha uns 11 anos, ganhei dela de presente uma caixa com 80 cores. Só minha!!! Acho que ela sabia que eu pegava escondido :)
Foi o presente mais lindo que eu já ganhei! Uso esses lápis até hoje (sim, são muito bons, e se você cuidar eles duram muuuuuuuito tempo).
Eu cresci, e fui estudar publicidade. Achava que era a única profissão onde eu poderia desenhar e ganhar algum dinheiro com isso. Me formei e fui trabalhar em agências de propaganda em Belém. Era diretora de arte e a maioria dos trabalhos que tinham desenhos no meio vinham para a minha mão. Mas a rotina da agência era chata pra mim. Não os amigos - a parte mais legal - mas a correria e o eterno "pra ontem" me fizeram desistir. Chutei o balde e achei que tinha que voltar a estuda.
Me mudei pro Rio com a cara e a coragem pra estudar Branding. Fiz um curso na PUC-Rio por 6 meses. Morei na casa de parentes e "viajava" 3 horas de busão pra chegar no curso. Fiz amigos, e amigos de amigos, e amigos de amigos de amigos, que me apresentaram o mestrado. "Eureka! É isso! Vou seguir carreira acadêmica e poderei ter uma vida mais normal!" Aham Bolsinha, BORALÁ.
Fiz mestrado em design e me dediquei durante 2 anos  - muito legais, diga-se de passagem. Fui feliz escrevendo artigos, lendo, estudando, discutindo, reunindo, dando aulas, mas... Os desenhos nunca saíram de mim.
Quando o mestrado acabou eu entrei de novo na fase do "e agora?"... A coisa ficou feia pro meu lado. E depois de muito mandar currículos para universidades e de muitos concursos sem sucesso, resolvi: "Se a porta não abre, eu vou fazer uma janela!". Voltei a desenhar, criei esse blog para postar o que eu fazia, e assim, de novo, fui conhecendo amigos... E conhecendo amigos de amigos, e amigos de amigos de amigos (essa é sempre a parte mais legal!)
E hoje eu tô aqui, caminhando e dividindo isso com vocês. E se você está me lendo, é porque alguma coisa daqui te chamou atenção, te cativou. E se isso aconteceu, eu fico feliz! :)
Sabe, isso tudo me fez descobrir uma coisa: O mais legal não é chegar lá, é o percurso. E ter consciência de que estamos num eterno percurso, nunca completo, é o que nos move pra frente. Aprendo todo dia com meus desenhos. Me proponho uma coisa nova a cada dia. E é assim que vai ser.
Viver de ilustração era meu sonho dourado. Hoje, acho que tô conseguindo. 
E a receita do dar certo (se é que ela existe) eu acho que é bem simples: Se entrega e coloca o coração no que você faz que sempre dá certo. Faz o que você acredita, do jeito que você acredita. Abre suas janelas e se não te derem um lugar, faz o seu. ;)
Uma vez ouvi de um ilustrador uma grande verdade (que serve pra tudo): "Quando você faz o que você realmente gosta com muito amor, e aquilo é de verdade, sempre vai aparecer alguém que vai gostar, e sempre vai aparecer alguém disposto a te pagar por isso."
E se mesmo assim, ninguém gostar (agora sou eu falando) mas VOCÊ gostar, continue fazendo :)
Ah! E sempre desenhe, desenhe, desenhe, sem parar... Quanto mais se desenha, mais se desenha! #FilosofiaDaBolsinha ;)











Júlia