domingo, 2 de janeiro de 2011

Bolsinha no Diário do Pará

E aí que hoje tem entrevista comigo lá no Diário do Pará.
Olha que GRAMÚ gente! hahahahaha
Clica aqui pra ver. ;)




















Domingo, 02/01/2011, 01h55

Designer revela o colorido mundo de Bolsinha





Júlia Lima é a dona da “bolsinha”. Publicitária, ela começou a andar com bolsas especiais para divulgar seu portfólio. E sempre acabava sendo lembrada pela pasta em que carregava os trabalhos. E não apenas pelo objeto delicado, claro, mas também pelos desenhos. Sua principal marca são as bonecas e outros personagens – como coelhos, atores e cantores que ela desenha e posta em seu blog – sempre com carinhas fofas e os pés levemente curvados.


Júlia é baiana, mas veio para Barcarena, na Vila dos Cabanos, aos cinco anos de idade. E por aqui cresceu no mato, andou de bicicleta, tomou banho de chuva. Foi para o Rio de Janeiro fazer pós-graduação e por lá ficou. Já são cinco anos e meio morando na cidade maravilhosa. Por lá, além de continuar desenhando bastante, ilustrando livros infantis e lecionando, ela agora está vendo suas criações se transformarem em objetos como canecas, agendas, pingentes e estampas para sandálias. Confira a entrevista com designer Júlia Lima, “a dona da bolsinha” e dona também de um traço sinestésico, em que as cores, as texturas e os formatos parecem exalar cheiro de infância.

P: Como surgiu o seu interesse por design?

R: Desde muito pequena eu sempre gostei de desenhar, mas também gostava muito de escrever. Na hora de escolher a profissão, nem sabia ao certo que existia design gráfico... Nessa época em Belém só havia o curso de Desenho Industrial na Uepa, e quando me informei, vi que o foco era mais em projeto de produto (que não é muito a minha praia). Me formei em Publicidade e Propaganda, mas meu trabalho sempre foi muito mais voltado para o design. Lembro de um workshop que fiz com o designer Eduardo Bacigalupo, e quando mostrei meus trabalhos ouvi: “Menina, você é designer! Sempre foi!”. Fiquei com isso na cabeça, martelando... Depois fiz uma pós-graduação em Marketing e trabalhei numa empresa do grupo Vale. Gostava do trabalho, mas não tinha espaço para as minhas canetinhas... (risos). Por isso, depois de dois anos nessa vida, resolvi entrar mesmo no mercado publicitário e trabalhei em algumas agências em Belém (DC3, RKE e Galvão). Tinha também alguns clientes de freela, basicamente desenvolvendo marcas e identidades visuais.

P: Como surgiu a Bolsinha?

R: Bom, depois de algum tempo trabalhando com publicidade, resolvi voltar a estudar. Vim para o Rio de Janeiro fazer um curso de Branding, e ficaria só seis meses. Gostei daqui, conheci gente da PUC e resolvi fazer mestrado em Design. E lá se vão cinco anos de carioquice... Durante o mestrado, esse meu lado ficou meio esquecido. Eu tive bolsa do CNPq e a dedicação era exclusiva. Foram dois anos escrevendo e publicando artigos, pesquisando, dando aula, lendo e escrevendo a dissertação. Quando o curso acabou, me vi sem dinheiro (a bolsa acabou), sem amigos (a maioria era de fora e voltou para casa com o final do curso) e sem trabalho. Imagina o desespero? Foi aí que eu pensei em fazer um blog para funcionar como portfólio virtual. Na hora de escolher um nome, tentei vários, mas sem sucesso (Júlia Lima já tinha, é claro!). Foi aí que recebi um e-mail de um amigo que tinha meu cartão. É que desde que eu morava em Belém, usava um cartão que vinha dentro de uma bolsinha (aquelas de plástico, de lembrancinha de aniversário de criança, sabe?). E muitas vezes eu recebia e-mails depois assim: “E aí, menina da bolsinha?” ou “Para a dona da bolsinha”... Fora as filhas dos clientes que sempre ficavam com as bolsinhas para brincar de Barbie. Assim surgiu o nome do blog.

P: E como foi criar todos aqueles desenhos fofos? E os pés curvados? É sinal de vergonha?

R: Eu já fazia os desenhos das bonequinhas, sempre como hobby. Escrevia bilhetinho e colocava uma bonequinha do lado! Mas as bonequinhas começaram a virar trabalho depois que eu comecei a fazer ilustração de livro infantil. Depois disso não parei mais, e elas praticamente ganharam vida própria! Os pés curvados não têm um motivo tão especial... Eu tenho o joelho um pouco pra dentro... Na época em que eu jogava vôlei, minha professora dizia que eu era “junteira” (nunca ouvi esse termo na boca de outra pessoa!). Quando paro para tirar fotos, meus pés sempre estão levemente viradinhos pra dentro. Mas acho que tem um pouco de vergonha sim, inconsciente... Eu tinha um pouco de receio de mostrar esses desenhos na internet. Tinha medo da reprovação, medo de gente que cai matando em cima, sabe? É que na internet a gente se expõe muito, e até hoje não sei lidar muito bem com isso... Ainda fico meio sem graça quando alguém que não conheço me reconhece na rua e me chama de “bolsinha”. Mas acho o carinho legal, aí desencano mesmo.

P: Quais foram suas principais influências? O fato de ter morado em Belém ajudou nesse mundo do desenho?

R: Acho que Belém ajudou muito! Principalmente nas cores que eu uso! Dizem que meu desenho tem sempre muita cor, é sempre alegre! Acho que isso vem um pouco do que eu vi aí... Como eu disse, cresci no mato, vendo muito verde, muita flor, borboleta. Adoro tecido estampado (e uso muito textura de tecido nos meus desenhos!). Adoro a exuberância do Pará e seus “superlativos”. Tudo aí é “muito”: muita chuva, muita planta, muito calor, comida muito forte, sabores muito exóticos, cheiros muito perfumados, cores muito vivas... Gosto disso e me identifico! Nunca fui nem nunca serei minimalista! Também fui muito estimulada pela minha mãe, que é professora de Educação Artística... Ela me dava giz de cera e papel para eu ficar quieta, e funcionava. Também aprendi muito com meus amigos, com as pessoas com quem trabalhei. A Keyla (Sobral) e a Roberta (Carvalho) da RKE me ensinaram muita coisa boa e me ajudaram a abrir a cabeça para esse mundo. O pessoal da Vale me ensinou a ser profissional, a superar as coisas, a sempre fazer mais. Aprendi muito também nos cursos que eu fiz... Sem falar na minha curiosidade infinita por revistas e livros. Adoro livros e passo horas em livrarias (para me acompanhar tem que ter paciência!). Nas artes, sempre gostei bastante de pop art, mas gosto demais da “delicadeza forte” do Degas, Monet... Adoro os impressionistas! Também gosto muito de livros e revistas antigos, filmes também me inspiram... No momento tô numa “vibe” anos 60!

P: Quais os seus projetos atuais?

R: Sou professora e gosto muito. E ainda leciono “Técnica de cores” numa faculdade de moda... Tudo que eu adoro! As aulas também me ajudam a não ficar parada, e os meus alunos me ensinam muito. Pretendo continuar ilustrando e trabalhando com design também. Não tem prazer maior do que fazer o projeto e ilustrar um livro infantil... Isso é uma cachaça! A diferença é que esse ano vou entrar de cabeça numa nova onda. Vou lançar alguns produtos numa loja virtual. Tô trabalhando sem parar nisso e tô animada!

P: Os seus desenhos, bonecas e outros “personagens” já viraram produtos?

R: Já sim, e está sendo muito legal. Recentemente fiz uma linha de produtos para a loja Alice Disse, aqui no Rio. Ver as pessoas levando para casa e usando coisas com meus desenhos é muito bacana! Adoro! Também tem gente me mandando e-mail me pedindo pra tatuar uma boneca minha. Acho muito doido, mas sensacional! Afinal, se alguém quer estampar um desenho meu na pele pra sempre, é porque gostou muito, né?





Muito feliz!!! Obrigada Marcinha, adorei! :)
Muita saudade do Pará...




Bolsinha

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